Antes de tudo: ninguém aqui está dizendo que você precisa sempre escolher um lado. Ninguém aqui está dizendo que você precisa defender este lado até a morte, mesmo que este lado que você escolheu se posicionar comece a fazer atrocidades inaceitáveis. Quando se posicionar se torna necessário, a única coisa que se pede é BOM SENSO.
Não tem uma receita de escolha certa e feliz, não tem uma lado que só tem prós e nenhum contra. Mas deve-se levar em consideração o que é relevante para você e sua vida.
Conseguiria viver sendo “bem sucedido socialmente” e ver um semelhante com tanta capacidade que você se dando mal na vida? Como diz Emicida, “cê vai viver de amor do lado de quem mata por dinheiro?”.
Se você acha que ver seus iguais numa condição de vida pior, não te afeta, siga sem posicionamento, então.
Mas há de ter clareza sobre os motivos que levam você a não se posicionar. “Todos temos a mesma chance de crescer na vida” você pode dizer, sem levar em consideração os fatores que proporcionam este crescimento como educação, família, condição financeira, até mesmo sorte. Considere que nenhum indivíduo é exatamente igual ao outro, inclusive nas suas relações interpessoais, e pronto, o argumento meritocrata cai por terra.
Se você está no time dos que acham que “o Brasil não tem mais jeito”, é um caso típico de preguiça informativa, e seu argumento é fácil de ser contraposto se buscar informações sobre os últimos 20 anos de crescimento econômico no país (os investimentos diretos no país saltaram de US$ 4,4 bilhões em 1995 para US$ 62,5 bilhões em 2014; a dívida externa bruta em relação ao PIB foi de 20,7% em 1995; teve um pico de 41,8% em 2002 para chegar em 2014 com 15,9%; e as nossas reservas internacionais líquidas passaram de US$ 51,8 bilhões em 95 para US$ 374,1 bilhões em 2014).
Há também que se levar em conta uma série de fatores ao buscar uma fonte de informação: algo do tipo, “esta revista/jornal/pessoa é confiável? Esta fonte tem algum tipo de filtro duvidoso na sua forma de noticiar?”. O pensamento crítico a respeito de tudo o que se absorve também é essencial para aquele que deseja se manter bem informado a ponto de criar seu ponto de vista e por fim um posicionamento.
Agora, se seu problema é apenas preguiça de “ter que fazer algo pelo país”, saiba que o país não é nada sem a sua contribuição, e que cada posicionamento conta e significa algo. Só assim é que se pode devidamente se considerar um cidadão, escolhendo um lado sempre que necessário e lutando por aquilo a qual se acredita ser importante para viver em sociedade.